sábado, 9 de fevereiro de 2008

Tap ... Deus me Livre ...


Há uns escassos dias atrás, ao assistir ao Telejornal dei da caras com uma ampla reportagem/noticia sobre os ganhos da Grande Empresa Nacional, TAP - Portugal. Na mesma era frisado que a empresa havia tido no passado ano de 2007 lucros consideráveis, e que principalmente apôs a sua reestruturação, era considerada a empresa que mais patrocinava Portugal lá fora, através da comida, da fruta e dos vinhos que disponha nos seus aviões.

Não consegui conter uma sonora gargalhada! Estariam a falar realmente da TAP, empresa essa onde eu viajara há um mês atrás? Não podia ser ! Deviam estar a brincar comigo por certo!

Quando passou a noticia fazia exactamente 25 dias em que havia viajado pela TAP rumo ao Luxemburgo, e sinceramente o que assisti na televisão em nada tinha haver com o que passei!

Viajei com um grupo de amigos, e das coisas que mais nos confortava era que a viagem fosse feita em voo directo sem escalas! Apôs a descolagem depressa viemos a saber que tal não iria acontecer, o avião teria que fazer escala obrigatória no Porto para abastecer. Neste interregno foi-nos servido um café , ( que mais parecia feito de borras ), e uma minúscula queijada de laranja. A meio das quatro horas de viagem, eis que surge o tão aguardado almoço.

Grande refeição tinha eu à minha frente! Um pequeno copo de sumo, uma sanduíche embalada dentro de um saco plástico cujo o rótulo dizia conter uma bifana, e uma pequena embalagem redonda que dava pelo nome de salada de frutas. O final de tão majestático almoço poderia ser completado ou não com o já conhecido café. Apôs alguns minutos de contemplação, resolvi observar em pormenor a sanduíche. Para meu espanto deparei-me com uma nova versão da conhecida e tão popular bifana! O bife não existia! O que existia era uma pasta de bifana, uma espécie de paté mal amanhado! Coloquei de imediato esta coisa de lado e resolvi então avançar para a salada de frutas. No rótulo da embalagem dizia ser composta pelas mais belas e suculentas frutas nacionais! Confesso que me fez crescer água na boca , abri a tampa com cuidado e surgem então dois pedaços de laranja ressequida, dois pedacinhos mínimos de maça, e dois triângulos de ananás! Era esta a tão anunciada salada de frutas nacional! Ora bolas!!!

Conclusão, fiquei sem comer, valendo-me simplesmente da embalagem de bolachas que trazia comigo!

De regresso, na altura de fazer o Chek-in, perguntamos se o voo era directo ou não? Logo nos responderam que como era óbvio este seria directo! ( Luxemburgo-Lisboa ) Mas mais uma vez estavam por certo a brincar connosco, antes de chegar ao Porto o Capitão com a sua voz grave e calma anunciou que por motivos alheios à sua vontade, iríamos ter que fazer escala no Porto. Teríamos que sair do avião e apôs quarenta e cinco minutos voltar a entrar no mesmo!

Nesse preciso momento jurei a mim mesmo jamais em tempo algum voltar a voar pela TAP.

A única vantagem desta paragem forçada foi o puder ir até aos chamados pirilampo para fumadores no aeroporto e dar umas valentes baforadas num cigarro.

Uma viagem que se poderia fazer em quatro horas, transformou-se em sete horas mais coisa menos coisa !

Se isto é o melhor que conseguimos para dignificar o Serviço Nacional, então que venham de lá os estrangeiros ! Por mim, amanhã mesmo colocaria uma enorme cartaz
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Xiça !

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